décima primeira camada

nona camada de cor

Nesta camada apliquei uma demão bastante vigorosa de vermelho; nas unhas as quais havia perdido as acumulações, este vermelho se mostrou vivo e espesso, já nas unhas onde houve a sobreposição o vermelho se apresentou com uma tonalidade mais escura, puxada para o vinho. Na raiz das unhas apliquei um rosa cintilante que complementou muito bem a composição, estabelencendo uma relação entre a cor leitosa e a cintilante; uma cor que deriva da outra, porém com peculiaridades bem definidas.

 

oitava camada de cor

 Cobri as unhas com o esmalte azul, na raiz das unhas pus uma pequena área de cor cinza. Esta área mais escura fazia com que ao observar a superfície pictórica tivéssemos a impressão de profundidade, como se essa parte da unha tivesse um pouco mais profunda, aumentando assim a curvatura do suporte.

Porém pode-se perceber que a curvatura da unha já se encontra alterada pela acumulação de cor.

Fiquei com esta demão por bastante tempo, nas unhas e acabei por perder algumas acumulações. A do dedo mínimo direito se desprendeu sem que eu percebesse. Uns quatro dias depois perdi grande parte da acumulação do dedo médio esquerdo, este desprendimento pude sentir e pegar a camada de cor desprendida, restando apenas uma pequena tira irregular próximo à raiz. Depois perdi parte da acumulação do dedo anelar direito, súbitamente.

É com muito pesar que informo estas perdas.  

sétima camada de cor

Apliquei esta camada de cor para retocar o laranja, que se formou a partir da mistura de cor, anteriormente feita. Essa tonalidade não era exatamente a mesma que se encontrava no suporte, porém possui uma vivacidade receptiva ao olhar e formou uma camada bastante espessa sobre as outras cores.

sexta camada de cor ::::::: corcomigo experimento #1

corcomigo experimento #1

é o registro da aplicação da sexta camada de cor e outras coisas mais ...

quinta camada de cor

                                      

 ... apliquei duas camadas desse rosa fluor fosco sobre a superfície pictórica do

meu polegar esquerdo, o resultado não foi o esperado. Ficou severamente opaco, cobriu demais, aparentando uma matéria cremosa espessa. Logo, nas outras superfícies, apliquei apenas uma demão. Estas ficaram com um acabamento fosco transparente.

No decorrer nos dias algumas superfícies sofreram uma leve erosão, o que permitiu mostrar partes das camadas anteriores.

Considero um acontecimento precoce:

perdi parte da acumulação pictórica do dedo mínimo esquerdo. 

quarta camada de cor

... de um rosa metálico intenso cobri toda superfície pictórica, não me importei com as formas surgidas pelo carcomimento natural, dei uma única camada de cobertura há uma semana, e hoje esta já carece de mais tinta. Por cima da camada anterior, o violeta é o que mais se mostra, tornando o rosa choque "avioletado".

AVIOLET-SE

ULTRAVIOLET-SE

terceira camada

... nesta demão resolvi clarear as coisas, retoquei as bordas com um outro violeta e passei uma camada de esmalte branco translúcido. O esmalto branco era antigo, estava no fim, mas mesmo assim apliquei, surgiram então essas corrugações, essas nervuras.

reação           re-ação

A Ç Ã O

segunda camada de cor

Nesta segunda camada, preenchi os espaços que acabaram por ficar sem cor, seja pelo desprendimento do esmalte, seja pelo crescimento do suporte. Junto a raiz da unha apliquei uma tonalidade de azul violetado e nas bordas um violeta metálico, retornando ao tríptico já experimentado anteriormente.

Percebi que algumas partes dos suportes estão apresentando marcas que aparentam rachaduras brancas, uma espécie de craquelamento, que facilita o desprendimento da camada de cor.

Bem que tentei recomeçar antes, mas não gostei do recomeço e o refiz com tradição, consegui marcar um horário com a Vera, a minha manicure, pensei até em fotografar o processo da primeira demão, mas achei que iria haver constrangimento.

Decidi por começar com um cinza tranquilo, sem muita vibração, com esta cor que tem sido uma das minhas preferidas neste inverno. Este cinza, que é uma tonalidade bem próxima a da minha pele, só que mais frio, me fez sentir com uma tonalidade básica nas mãos, para quem pinta as unhas com tons clarinhos e transparentes, me senti assim nessa categoria, só que com cor fosca e com total cobertura da superfície.

Vejamos o que nos espera!

Vera estava como sempre com as unhas imensas, realmente uma superfície pictórica privilegiada, só que com um carcomimento químico nas unhas. Suas unhas estavam com um vinho que já estava fosco pelo desgaste da acetona, e a ponta de suas unhas exibia umas tonalidades vermelha-esbranquiçadas.

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                   início do segundo processo de acumulação pictórica

                 cor comigo carcomida

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ação cor comigo carcomida #1 ................................................................................................05.06.2010................................................................................espaço gomo.....................................................................................evento ....... sóperformance.................................................................

O compartilhamento das acumulações pictóricas foi surpreendente, foram onze desprendimentos,onze encontros sobre a cor, entre eu e meus pares efêmeros: Léo,"Esperando o Leitor", Tereza, Anderson, Tahian,"O Cantor", Morena, Flávio Villanova, Flô e Lippe Muniz. Diálogos que se iniciaram corriqueiramente, compartilhamos sobre nossas escolhas cotidianas de cores, sobre ações de partilhas, pintura, superfícies, mas principalmente, a cor, sua duração e intensidade, desprendimento e afetação.

A princípio interessei-me em compartilhar minhas acumulações pictóricas, com pessoas que de alguma maneira tivessem cores que se relacionavam com as minhas, seja pelas roupas, maquiagem e acessórios, algumas pela curiosidade, outros pela atitude e pelas atividades que exerciam,foram pintores, palhaços, artistas visuais, cantor. Teve uma menina que se recusou, disse que se sentisse vontade de compartilhar comigo aquelas cores, me procuraria, e não o fez; enquanto que outra, quis um pedaço, mordeu, roeu e levou parte do suporte que saiu sem cor, ou melhor, com sua própria cor.

Quando no momento do carcomimento, a cor era desprendida de seu suporte, revelava-nos o registro no verso, das demãos de cor contidas ali, da acumulação pictórica e suas camadas de cor.

ação

cor comigo carcomida 

percepção, diálogo e desprendimento

Foto tirada por Tahian - 05/06/2010

décima primeira camada

Resisti em pintar as unhas de verde nesta época, mas decidi por misturar tintas afim de encontrar um tom de verde pistache. Gostei do resultado, apesar de ter testado uma cobertura de azul no polegar esquerdo. Para a minha surpresa, no dia seguinte, observei que o verde atraiu todas as camadas avermelhadas, e até mesmo a primeira camada de cor deste processo, o "vermelho fresco" de dezembro de 2009, estavam lá em suas bordas, em seus limites, complementando-se.

Não haveria melhor momento para a finalização deste processo pictórico, onde as cores em relação formam uma superfície, cada uma com sua luminosidade, com espaço para as diferentes vibrações colorísticas dentro de cada acumulação, nos permitem perceber o resultado das afetações ocorridas entre elas . Vê-se não apenas o "verde pistache", mas todas as outras camadas de cor através dele. 

décima camada

O suporte é móvel, um crescimento unidirecional à primeira vista, que já se encarrega em encaminhar as formas, dar uma direção e juntamente com os contatos imediatos com outras substâncias, desgastam-nas, rompem-nas, fazendo com que sejam formas dinâmicas.

As emendas, as sobreposições, parecem com tempo buscar a fragmentação, de pequenas a grandes áreas, dadas as devidas proporções. Uma nova camada de cor aglutina, recompõe, sem anular por completo as formas individuais, as pequenas porções individuais, os pequenos planos de cor.

 

                                            Forma Rompida I, 1964 - Iberê Camargo (MAC Niterói)

nona camada

Quando dei esta demão com uma tonalidade de marrom transparente, a superfície ficou com uma neutralidade que há muito não se via. Com o passar dos dias, a camada laranja se fazia cada vez mais presente, surgindo através da última camada diversos matizes próximos a cor da minha pele, tal consonância se mostrava como um prolongamento dos dedos, um esmaecimento dos limites físicos do suporte.

oitava camada

... fiquei bastante tempo sem pintar e quando decidi por tornar a fazer quis um tom de marrom frio, sérá que inconscientemente as cores saturadas me fizeram optar pela neutralidade, quase um retorno a minha própria pele? não sei, mas resolvi tentar mais uma vez com uma cor colorida; para não me contrariar tanto assim optei pela transparência, e eis que na sobreposição, o violeta desgastado ressurge numa tonalidade de marrom!

...

Por esses dias fiquei assim, sem vontade de pintar, juro que tentei, mas não me apteceu. Pintei duas unhas, mas não quis dar prosseguimento.
Estou acompanhando o processo de carcomimento natural, ação das ações.

Por esses dias perdi parte de uma das minhas acumulações pictóricas, esta se desprendeu quase que inteiramente e assumiu o formato do seu suporte.

sétima camada de cor

...... ainda com a tinta fresca ...

Esta tonalidade violácea foi preparada por mim, misturei um esmalte rosa chamado "chicle", com um azul marinho petróleo transparente, adicionando algumas gotas de vermelho intenso. A princípio, quando o preparei, surgiu uma tonalidade bem mais transparente, mas após três meses de "cura" , houve o tempo necessário para que se incorporasse uma tonalidade mais vivaz.

sexta camada

Resolvi clarear a composição com a sobreposição de camadas de esmalte branco tranparente ou translucido, afim de conseguir diferentes tonalidade dessa família cromática, VIOLÁCEA.

os dedos os quais as acumulações pictóricas se desprenderam